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Os recursos hídricos subterrâneos configuram uma importante alternativa de abastecimento. Porém, as condições físico-químicas no ambiente subterrâneo favorecem a dissolução de alguns compostos, entre eles o ferro. Esse elemento, quando presente em excesso na água para consumo residencial, pode acarretar problemas de quali-dade de vida e de saúde. Nesse contexto, o presente trabalho apresenta um método para a elaboração e manuseio de um kit analítico simplificado, otimizado para a determinação qualitativa do ferro dissolvido na água. Esse instru-mento é fundamentado na colorimetria visual, na qual a adição de reagentes confere cor à amostra, permitindo sua comparação com uma cartela de cores contendo níveis de contaminação associados aos diferentes tons da cor laran-ja. A utilização desta ferramenta pode facilitar a elaboração de diagnósticos da qualidade da água, através da avalia-ção massiva da água subterrânea consumida em comunidades desprovidas de água potável canalizada. Este kit analí-tico foi aplicado como ferramenta de diagnóstico em uma área sem suprimento de água potável em Rio Grande - RS. Das 309 residências avaliadas, em média 47±23 % são abastecidas por água ferruginosa. Esses resultados possibili-taram a conscientização e mobilização dos moradores da área, bem como a atuação dos órgãos públicos na elabora-ção de estratégias para a melhoria na qualidade da água consumida pela população. A Ilha dos Marinheiros (1400 hab.) pertence à cidade do Rio Grande (RS). Nela, não há suprimento de água potável, sendo consumida a água subterrânea. Em 2013, foi aí desenvolvido o projeto de extensão “A água do seu poço é ferruginosa? O conhecimento acadêmico a serviço da comunidade”. Foram analisados os níveis de Ferro na água consumida em cada uma das 309 casas habitadas, usando‐se um kit analítico. Foi constatado que em 41,75% das casas há consumo de água ferruginosa (ferro>0,3mg/L). Em cada casa, foi entregue um laudo do resultado com informações sobre tratamentos caseiros de remoção do ferro da água. A partir da conscientização dos ilhéus, eles agiram na busca de consumirem água de melhor qualidade.
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Identificação e caracterização dos lançamentos de efluentes líquidos na área do Porto Organizado do Rio Grande (RS)
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Conheça a fase inicial do programa de Identificação e caracterização dos lançamentos de efluentes líquidos na área do Porto Organizado do Rio Grande (RS) clicando aqui!
Prêmio ANTAQ 2017 de Sustentabilidade Aquaviária - 2.º lugar, na categoria Artigo Técnico e Científico. |
Oficinas Laboratório itinerante: o uso de kits analíticos qualitativos na avaliação da qualidade de águas naturais
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Esta oficina didática foca avaliações massivas de qualidade de águas, com análises feitas in locu, que fornecem resultados imediatos de baixo custo. Destina-se a estudantes e profissionais de diferentes níveis atuantes no assunto. Se baseia no uso de 3 kits analíticos manuais e portáteis, que analisam, respectivamente, o ferro, os cloretos e o fósforo em águas. Cada kit contém os reagentes e os materiais para as análises propostas. O kit do ferro pode identificar a potabilidade de águas subterrâneas consumidas, em termos de serem ou não ferruginosas. O kit dos cloretos identifica os níveis de salinidade da amostra e o kit do fósforo identifica a contaminação das águas e efluentes em matéria orgânica e compostos fosfáticos. Durante a oficina serão oferecidas explanações teóricas e orientações sobre a montagem e o uso dos kits, os quais serão disponibilizados para os participantes analisarem amostras de águas de diferentes origens. As análises são baseadas na colorimetria visual, na qual a adição dos reagentes na amostra forma cor com uma intensidade proporcional à concentração de cada elemento analisado (alaranjada para o ferro, azul para o fósforo e turbidez branca para os cloretos). Após a reação, a amostra é comparada com uma cartela específica para cada kit, que relaciona um nível de concentração a cada uma das tonalidades. Esta oficina proporcionará aos participantes a alfabetização científica e o empoderamento deste conhecimento, o que poderá ser disseminado em comunidades acadêmicas (ou não), interessadas no assunto, visando à popularização da ciência, através de projetos de extensão universitária. |